A prática de Artes Marciais tem sido um nicho de atividade esmagadoramente masculino, de forma aliás incongruente com a maior necessidade de conhecimentos na área da defesa pessoal por parte das mulheres em geral. A capacidade de defesa pessoal é algo que não se adquire com uns workshops de fim de semana nem com formações de seis meses. O conhecimento técnico necessário a confrontar ameaças comuns à integridade física feminina, carece de uma prática regular, de um condicionamento físico e psicológico adequado, não compatíveis com ilusórias formações pontuais.

A Shaolin Si definiu um programa específico de formação contínua na área da defesa pessoal, integrando um estilo de Kung Fu adequado aos objetivos definidos e à população feminina alvo. Um programa de fácil acesso a qualquer praticante, mas de progressão assegurada, aproveitando o potencial de cada mulher praticante para atingir níveis de eficácia comprovável no domínio da defesa pessoal.

Para além das técnicas de aquisição facilitada colocadas em cada nível de formação, as praticantes aprenderão de forma progressiva a dominar as técnicas do Wing Chun.

O Wing Chun (Ving Tsun ou Wing Tsun) é um sistema de Kung Fu (Gong Fu) surgido no sul da China que se distingue pela economia de movimentos sendo um sistema de defesa pessoal realista. Simples e eficiente, é uma arte marcial singular, desenvolvida para permitir que qualquer tipo de pessoa, independentemente de tamanho, força ou sexo, possa se defender de agressores maiores e mais fortes.

Embora muitos mestres de Wing Chun espalhados por todo o mundo trabalhem para o crescimento deste estilo, sua grande popularidade no ocidente veio a partir de seu praticante mais famoso, Bruce Lee, discípulo de Yip Man, que o praticou e o valorizou, utilizando-o como base para o estilo de luta que ele viria a criar tempos depois, o Jeet Kune Do.

A história do Wing Chun começa a partir de 1733 quando o Templo Shaolin foi destruído pelos Manchus. Yim Yee, um dos quinze discípulos sobreviventes, refugia-se próximo da montanha Tai Leung e passa a viver como um simples comerciante, junto à sua filha Yim Wing Chun. Um lutador local chamado Wong, apaixonado por ela resolveu coagi-la a que se casasse com ele. O velho Yim Yee que já não era capaz de defender sua filha desabafou perante uma cliente que costumava fazer compras em sua loja, a qual notando a preocupação do velho decidiu ajudá-lo.

Essa cliente era a monja Ng Mui, que estava hospedada no Templo da Garça Branca. Ela ensinou a filha do velho por três anos, e depois disso Yim Wing Chun conseguiu derrotar Wong. Pouco tempo depois casou-se com o lutador de Kung Fu Leung Bok Chau. Ao observar seu esposo praticante, Yim começou a fazer críticas às falhas do estilo e seu esposo, chateado com as constantes críticas, desafiou-a e perdeu. Logo após ele quis aprender o estilo marcial da esposa e o renomeou para Wing Chun em homenagem a ela.